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Avaliação dos efeitos da privação materna em animais tratados com Zincum metallicum ultradiluido

Larissa Cristina Ares Silveira da Motta (Universidade de Santo Amaro (UNISA)); Victória Arrifano Moraes (Universidade de Santo Amaro (UNISA)); Patricia Tahan (Universidade de Santo Amaro (UNISA)); Maria Martha Bernardi (Centro de Pesquisa Universidade

RESUMO INTRODUÇÃO

Estudos clínicos demostram que eventos adversos na infância podem, na adolescência e idade adulta nos seres humanos, favorecer o aparecimento de transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade1. As manipulações com animais de laboratório, tais como privação materna (PM), são uma fonte de estresse para os filhotes e pode ser uma ferramenta útil para a compreensão de como esses eventos no período inicial de desenvolvimento pode levar a mudanças de comportamento na vida adulta2,3,4. O Zincum em tratamento pre natal já comprovou a redução da resposta ao estresse em ratos com comportamento doentio5. Também já existem experimentos com a utilização de medicamentos ultradiluídos (Homeopatia) como forma de minimizar o estresse, o Zincum metalicum é utilizado para o tratamento de sintomas neurológicos e comportamentais, incluindo: enfraquecimento das funções intelectuais com cérebro e exaustão nervosa, perda de vitalidade , compreensão lenta, distúrbio de memória, tremor geral e movimentos constantes6. Essas alterações podem ser caracterizados como fenômenos relacionados ao estresse em diferentes espécies.

 

MATERIAL / MÉTODO

Neste estudo, ratas recém-nascidas foram submetidas a privação materna e tratadas a partir do 10º dia de lactação (DPN10) até o desmame (DPN21). Os animais foram divididos em 4 grupos (com 8 animais cada): fêmeas tratadas com Zincum metallicum 30 CH (Zn30cH); tratadas com Zincum metallicum 6 CH (Zn6cH); tratadas com solução hidroalcoólica a 10% (medicamentos em cego, identificados por códigos); e fêmeas não privadas da mãe e sem nenhum medicamento ("controle branco"). Os animais foram pesados ​​semanalmente, a partir do desmame até o final do experimento, e avaliados no campo aberto (CA) e no labirinto em cruz elevado (LCE) (dispositivos para medir a mobilidade, emocionalidade e ansiedade), em 3 momentos: em DPN21 (infância) , durante a puberdade (DPN 40) e idade adulta (DPN75). Os dados foram analisados ​​estatisticamente por ANOVA, seguido pelo teste de Bartlett e Teste de Comparação Múltipla de Bonferroni, sendo p≤0.05.

 

RESULTADO

No CA, observou-se redução de imobilidade no grupo Zn6cH (p≤0,05) no DPN21. No DPN40, o grupo Zn30cH mostrou maior atividade do que os outros grupos, com o aumento do “Levantar” (rearing) e diminuição da imobilidade (p≤0,05). Finalmente, no DPN75 (idade adulta) não houve alterações, e os animais tratados com Zincum metallicum ultradiluido apresentaram comportamento semelhante aos animais não privados da mãe. No LCE, DPN21, o grupo privado da mãe tratado com Zn30cH mostrou diminuição na entrada do braço aberto e período de permanencia, ou seja, ansiedade, em comparação com o grupo controle não privado (p≤0,05). O tempo no braço fechado, foi mais elevado do que o grupo controle (não privado) e o número de “Head deeps” foi menor (p≤0,05). Entretanto a observação no LCE em 45 e 75 dias de vida, as fêmeas não apresentaram diferença estatística entre os grupos. Ou seja os animais medicados com o Zn 30ch, com o passar do tempo, perderam o comportamento ansioso e passaram a ter um comportamento semelhante aos animais que não foram privados da mãe na infância. Os animais privados do grupo Zn30cH obtiveram o mesmo ganho de peso que os animais não privados (p≤0,05). Portanto, as fêmeas privadas da mãe na infância, que apresentaram ansiedade durante a infância, após o desmame, estão de acordo com outros estudos, mostrando que a privação materna é um fator de estresse que causa ansiedade. No entanto, o tempo de desequilíbrio emocional foi menor nos ratos tratados com Zincum metallicum. Conclusão: Zincum metallicum 30 cH parece ser um potencial medicamento para administrar na infância para problemas derivados do estresse causado pela privação materna. No entanto, outros estudos já estão em andamento com a prole masculina e dosagens neuroquímicas, para um melhor parâmetro dos resultados

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. FATURI, C. B. Consequências da Privação Materna para o Comportamento Tipo-Ansioso: participação do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal e do Sistema de Neurotransmissão GABAérgico. 2009. 147 p. Tese (Doutorado em Ciências). Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, SP, 2009.
2. CUSHING, B.S; KRAMER, K.M. Mechanisms underlying epigenetic effects of early social experience: the role of neuropeptides and steroids. Neuroscience and Biobehavioral Reviews, Elsevier Inc., v. 29, n. 7, p. 1089–1105, 2005.
3. LEVINE, S. Developmental determinants of sensitivity and resistance to stress. Psychoneuroendocrinology, Elsevier Inc., v.30, n. 10, p. 939-946, 2005.
4. SUDERMAN, M.; MCGOWAN, P. O.; SASAKI, A. et al. Conserved epigenetic sensitivity to early life experience in the rat and human hippocampus. PNAS Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 109, s. 2, October 2012.
5. MARCELLA C. GALVÃO, GABRIELA P. CHAVES-KIRSTEN, NICOLLE QUEIROZ-HAZARBASSANOV, VIRGÍNIA M. CARVALHO, MARIA M. BERNARDI, THIAGO B. KIRSTEN. Prenatal zinc reduces stress response in adult rat offspring exposed to lipopolysaccharide during gestation. Life Sciences 120, 54–60. 2015.
6. DEMARQUE D.; JOUANNY J.; POITEVIN B.; SAINT-JEAN Y. Farmacologia & Matéria Médica Homeopática. São Paulo: Editora Organon, 2009

 

Palavras-chave: Homeopatia, estresse, ansiedade, privação materna